2/16/2012

Ementa da Disciplina de Projetos Educacionais - FGG/ACE - Pedagogia

FACULDADE GUILHERME GUIMBALA – ACE - PEDAGOGIA

Nome e código do componente curricular:

Projetos Educacionais
Semestre:

Carga horária:

36h/a

Modalidade:

Disciplina Presencial
Função:

Básica
Natureza:

Obrigatória
Professor:

Jorge Schemes


EMENTA:


Abordagens teóricas sobre Projetos Educacionais. Planejamento e gestão de projetos educacionais. Metodologia de projetos segundo o modelo do PMI. As fases de vida de um projeto. Estrutura da gerência de projetos. O contexto de administração e liderança de projetos.

OBJETIVOS:

- Explorar os principais componentes do processo de gerenciamento de projetos na organizações.
- Estudar os principais conceitos e referenciais teóricos sobre projetos educacionais.
- Analisar criticamente as fases de vida de um projeto e sua relação com o processo da liderança e gestão de projetos.
- Oferecer subsídios e ferramentas para o planejamento, inicialização, execução, controle, encerramento e avaliação de projetos educacionais.
- Discutir as inter-relações entre elaboração e gestão de projetos educacionais..

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

- Abordagens teóricas sobre projetos educacionais envolvendo os seguintes aspectos:
- Tipologia de projetos educacionais e as fases de vida de um projeto.
- Concepção, planejamento e fatores de risco na implementação de projetos.
- Escopo, plano de ação, plano de controle e avaliação de um projeto.
- Execução, controle, avaliação e encerramento de projetos.
- Ensino, aprendizagem e formação de competências em projetos.
- Formação de recursos humanos para o planejamento e gestão de projetos educacionais.
- Liderança e inteligência emocional nas fases da gestão de projetos.

METODOLOGIA:

- Aulas expositivas e dialogadas.
- Trabalhos individuais, em duplas ou em equipes.
- Debates e discussões
- Seminários e apresentações.
- Utilização dos meios tecnológicos (TICs).

AVALIAÇÃO:


- Assiduidade e pontualidade.
- Participação em classe.
- Trabalhos escritos individuais e/ou em equipes.
- Apresentação de trabalhos.
- Sínteses e resumos.
- Leituras e pesquisas.
- Atividades realizadas em classe.
- Questionários e provas.

REFERÊNCIAS BÁSICAS:




DÁCIO, G. Moura e EDUARDO, F. Barbosa. Trabalhando com Projetos: Planejamento e gestão de projetos educacionais. Petrópolis: Vozes, 2006.


HERNADEZ, F. E VENTURA, M. A. Organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.


MAXIMIANO, A. C. A. Administração de Projetos: transformando idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 1997.




REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES:



BOLAY, F. W. Planejamento de projetos orientado por objetivos – Método ZOPP. Recife: Matilde, 1993.


BOUTINET, Jean Pierre. Antropologia do Projeto. Porto Alegre: Artmed, 2002.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2002.


HERNANDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.

PMI – PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the Project Management Body of Knowledge. USA: PMI, 1996.


5/09/2011

Mapas Conceituais das Fases de Vida de um Projeto - Alunas: Cassiane Matter e Aline H. Dellandrea - Curso de Pedagogia da FGG/ACE


Projetos de Aprendizagem e a Utilização de Mídias

Projetos Integrando Mídias Impressas:

A aprendizagem por projetos é uma alternativa de trabalho em sala de aula que procura superar as práticas habituais, levando em consideração que:

•o aluno deve ser o sujeito da sua própria aprendizagem;

•o objetivo final da aprendizagem escolar é que o aluno saiba utilizar seus saberes em situações não-escolares;

•a construção do conhecimento é mediada pelo modo de aprender dos alunos e de ensinar dos professores.

Esta aprendizagem configura um processo dinâmico, possibilitando a formação de sujeitos participativos e autônomos, em contraste com a forma de aula tradicional em que só o professor tem o que falar para apresentar os conteúdos e os alunos apenas ouvem.


A atividade com projetos apresenta várias vantagens:


•obriga a uma reflexão prévia sobre o que se pretende fazer;

•implica especificar claramente os objetivos;

•permite uma identificação de intervenientes e de recursos a utilizar nos mais diferentes níveis;

•estabelece, desde o início, uma proposta de avaliação;

•exige um calendário que facilite o controle da execução das atividades que serão desenvolvidas;

•estabelece uma plataforma de entendimento comum entre os vários participantes sobre o quê, o porquê, o quando e o como do que é proposto fazer em conjunto;

•favorece a construção da autonomia e da autodisciplina por meio de situações criadas em sala de aula para reflexão, discussão, tomada de decisão, observância de combinados e críticas em torno do trabalho proporcionado ao aluno, tornando-o sujeito do seu próprio conhecimento;

•traz um propósito à ação dos alunos;

•propõe ou encaminha soluções aos problemas levantados;

•desperta o desejo de conquista, iniciativa, investigação, criação e responsabilidade.

Planejamento e Execução de Projeto Utilizando Mídias


O conhecimento anterior dos alunos sobre o tema do projeto deve ser considerado pelo professor a fim de que ele possa planejar o desenvolvimento do trabalho. O professor deve procurar favorecer o estabelecimento de múltiplas relações entre o que o aluno conhecia previamente e o que se apresenta como um novo objeto de estudos (compreendendo informações ou conteúdo e processos metódicos – heurísticos – que serão utilizados). Também há que lembrar as relações entre as diversas áreas do conhecimento pertinentes ao trabalho (sem forçar a criação de relações artificiais de conteúdos de áreas diferentes).


É preciso que o professor dê espaço aos alunos para que expressem suas curiosidades, definam o que desejam aprender, escolham temas inseridos no recorte temático para uma investigação pessoal. A definição das curiosidades dos alunos deve ser registrada e servir de guia para o desenvolvimento do projeto.


O trabalho deve ser registrado passo a passo a fim de que se produza a organização de uma memória das etapas percorridas e do percurso da produção do grupo. O professor deve favorecer a utilização de diferentes fontes de informação para que os alunos ampliem sua noção do que significa estudar e de que tipo de procedimentos é pertinente a esse ato (pesquisa bibliográfica, entrevista, assistir a filmes ou documentários, observar imagens, experiências ou eventos, visitar exposições, museus). A Internet é, por excelência, uma ferramenta para isso.


Os alunos devem ser colocados em situações nas quais troquem informações, fazendo circular os dados obtidos individualmente, a fim de que haja um repertório comum.


A avaliação do projeto deve ser usada para regular o desenvolvimento do trabalho, sendo feita constantemente e incidindo tanto sobre a aprendizagem quanto sobre o ensino.
A elaboração de um projeto envolve as seguintes etapas:


1- Seleção do tema – a escolha de assuntos normalmente é controlada pelo currículo definido pela escola. Devem-se envolver os alunos tanto quanto possível na seleção de um assunto, dando-lhes a liberdade para procurar seus próprios interesses correlatos. Os alunos, com certeza, irão adorar criar nomes para os projetos.

2 – Problematização – inicia-se com a escolha de uma questão ou problema (evento ou situação que se apresenta como um desafio para ser solucionado).

Discuta a escolha. Selecione propostas para uma busca e faça uma revisão dos termos chaves do desafio. Esta etapa é o ponto de partida para que os alunos expressem suas idéias e conhecimentos sobre o problema em questão: hipóteses explicativas e concepções sobre o mundo que os cerca. O professor detecta o que os alunos já sabem e o que ainda não sabem sobre os temas em questão. É a partir das questões levantadas nesta etapa que o projeto é organizado pelo grupo e são definidos os seus objetivos.

Aprofundamento sobre o assunto – estudo, visita, interlocução com algum especialista. Resumos, mapeamentos de conteúdos possíveis. Seleção e delimitação de conteúdos, conforme: objetivos mais amplos da área ou da série, seqüência temática do ano, seqüência conceitual da disciplina, possibilidades reais de execução e condições dos alunos.

3 – Organização do projeto ou planejamento – Definir os objetivos a alcançar com a realização do projeto e as estratégias para atingi-los. Pesquise na Internet sites Web com um tema interessante e que inspire idéias para a realização de diferentes atividades. Pesquise outros sites que possam servir de apoio na realização das atividades ou na pesquisa para os professores. Elabore as atividades a serem realizadas pelos alunos, levando em consideração alguns aspectos importantes: as atividades deverão partir do site da Web escolhido, explorando ao máximo as diferentes seções encontradas nos sites indicados. Considere a possibilidade de realização de atividades extras, tais como: passeios, entrevistas etc. Indique sugestões de leitura e materiais necessários para a realização das atividades.

Os temas são amplos, podendo abrir várias possibilidades de abordagem. Assim, se não focalizar o que se deseja, delimitando as questões e definindo os pontos principais a serem enfocados, o professor poderá ficar perdido, sem saber o caminho a tomar. Preveja recursos e organize um cronograma semanal de trabalho.

a) Listagem de atividades possíveis (explosão de idéias).

b) Classificação/agrupamento das atividades pensadas, conforme o tipo de aprendizagem que favorecem. Exemplo: atividades desencadeadoras de pesquisa, experimentais, de discussão, de organização, de desenvolvimento, de sistematização, de fechamento.

c) Organização das atividades em uma seqüência mais adequada, conforme: objetivos e conteúdos definidos, tempo e materiais/recursos disponíveis, tipo de atividade e nível de exigência e a necessidade de manter alunos motivados/interessados.

d) Reflexão sobre formas de viabilizar a integração com outras áreas curriculares nas situações que precisem de conhecimentos de outras disciplinas.

e) Reflexão sobre formas de auxiliar os alunos a estabelecerem relações entre os conteúdos (anteriores e posteriores).

f) Estabelecimento de resultados da aprendizagem – a utilização efetiva da Internet na educação exige padrões e resultados para o aprendizado do aluno. Sem expectativas de aprendizagem específicas para atividades baseadas na Internet, os alunos perderão a direção, o foco e ficarão sobrecarregados com a súbita quantidade de informações disponíveis para eles. Os resultados da aprendizagem definem os critérios pelos quais se avaliam o progresso do aluno e a eficácia do professor na utilização da Internet como ferramenta. Os resultados da aprendizagem relacionados com a utilização da Internet na sala de aula dividem-se em duas categorias amplas: as associadas ao conhecimento, às habilidades e aos valores da unidade de currículo e as associadas à utilização efetiva da própria tecnologia. Como exemplo da primeira temos: os alunos descreverão problemas ambientais regionais, nacionais e globais relacionados ao uso de tecnologia e investigarão maneiras de apoiar a vida no futuro. E como exemplo da segunda: os alunos enviarão cartas por e-mail para colegas em outras partes do país.

g) Decisão do tipo de atividade e planejamento do horário – deve ser escolhido o tipo de atividade: amigos por correspondência, intercâmbio de informações, e deve ser decidido quanto tempo se planeja dedicar à atividade, considerada a variedade de estratégias de ensino-aprendizagem apropriadas para os alunos, ponderando o tipo e a quantidade de acesso à Internet disponíveis na escola e sala de aula.

h) Definição dos papéis dos participantes –- é importante definir, no início de um projeto, o pessoal que desempenhará um papel de liderança, gerenciamento e monitoração. Por exemplo, os professores em sala de aula podem tomar conta da organização geral e dos grupos de alunos; o professor responsável pelos recursos de informática pode agendar a utilização do computador e gerenciar problemas técnicos; os alunos selecionados podem supervisionar e avaliar os alunos individualmente, enquanto estes trabalham, e o bibliotecário pode imprimir uma amostra dos melhores projetos e exibi-los na biblioteca.

4 – Desenvolvimento (execução) do projeto – é o momento em que se criam as estratégias para buscar respostas às questões e hipóteses levantadas na problematização. É preciso que os alunos se defrontem com situações que os convidem a comparar pontos de vista, rever suas hipóteses, colocar novas questões, deparando-se com outros elementos postos pela Ciência. Para isso, é preciso que se criem propostas de trabalho que exijam a saída do espaço escolar, a organização em pequenos e/ou grandes grupos, o uso de biblioteca e a vinda de pessoas convidadas à escola, entre outras ações. O acompanhamento é o componente com maior peso para o êxito da fase de concretização do projeto. Manter vivo o projeto na sua fase de desenvolvimento constitui uma tarefa difícil. Acompanhar o andamento das atividades e estar atento às interações dos participantes é fundamental, para que não se deixem de fora os menos ativos ou para marcar um ritmo mais consistente com o plano desenhado.

Roteiro de pesquisa – O que queremos saber? Definir com os alunos quais as perguntas que eles gostariam de ver respondidas a respeito do tema a ser pesquisado. O que precisamos para poder responder? Definir um cronograma de pesquisa com as ações necessárias para responder às perguntas levantadas. Onde encontramos o que precisamos? Levantar com os alunos quais as fontes de informação que podem ser consultadas. O professor pode sugerir a utilização de enciclopédias, revistas, atlas, livros paradidáticos, filmes, documentários etc. Como obtemos os materiais de que necessitamos? O professor deve orientar os alunos sobre como obter os materiais de pesquisa, ensinando-lhes a consultar uma biblioteca, a realizar uma entrevista e também a organizar um arquivo das informações. Como apresentamos os resultados da pesquisa? Definir com os alunos a forma de apresentação final dos resultados da pesquisa. Como avaliamos aquilo que aprendemos? O professor pode retomar as questões levantadas no início da pesquisa e avaliar com os alunos quais foram respondidas e quais não. Será uma boa ocasião para discutir sobre as perguntas que surgiram ao longo do projeto e aquelas que ficaram sem respostas.

Uso de mídias nos projetos – o trabalho com projetos favorece o uso de tecnologias por parte dos alunos, de forma contextualizada. Ou seja, através de um projeto o aluno pode aprender a usar o rádio, a televisão, o gravador, o computador, o videocassete, a Internet etc. em contextos de pesquisa ou de organização dos dados obtidos durante o estudo. É preciso reconhecer a necessidade de uma mudança de postura em relação ao uso das tecnologias pelas escolas, que geralmente acontece de forma meramente instrucional. Ensina-se, por exemplo, a utilizar o computador sem que haja a real necessidade de diagramar um texto para melhor comunicar aquilo que foi aprendido.

As mídias favorecem o desenvolvimento de uma série de capacidades e permitem o contato com linguagens variadas. A tecnologia eletrônica – televisão, videocassete, máquina de calcular, gravador e, principalmente, o computador – pode ser utilizada para gerar situações de aprendizagem com maior qualidade, ou seja, para criar ambientes em que a problematização, a atividade reflexiva, a atitude crítica, a capacidade de decisão e a autonomia sejam privilegiadas.

A simples presença de tecnologias na escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino baseado na recepção e na memorização de informações. A incorporação desses recursos tem de estar diretamente associada aos objetivos didáticos que se pretende alcançar em um projeto de trabalho.

Os projetos de trabalho não devem ser definidos em função dos recursos tecnológicos, mas, sim, incorporar esses recursos para a sua realização. Na medida em que os professores têm acesso a eles e aprendem a utilizá-los, também estão aprendendo a olhar produtos prontos de maneira mais crítica. Aprendem a tratar a informação recebida diariamente e a selecionar as informações pertinentes aos seus afazeres didáticos.

5 – Sínteses – conceitos, valores e procedimentos construídos. Informações adquiridas e sistematizadas. Questões esclarecedoras. Novos problemas a serem resolvidos. As novas aprendizagens passam a fazer parte dos esquemas de conhecimento dos alunos e vão servir de conhecimento prévio para outras situações de aprendizagem. Os projetos são processos contínuos que não podem ser reduzidos a uma lista de objetivos e etapas. Refletem uma concepção de conhecimento como produção coletiva, em que a experiência vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado às aprendizagens construídas.

6 – Avaliação – como podem ser avaliados os resultados da aprendizagem dos alunos? De que modo pode ser avaliada a utilidade da Internet como ferramenta principal ou auxiliar do projeto? A avaliação do professor, dos companheiros de classe e a auto-avaliação são instrumentos apropriados em uma sala de aula ativa, centrada no aluno e com tecnologia avançada. Os alunos devem estar envolvidos nesse processo tanto quanto possível. Na conclusão do projeto pode ser feita uma apresentação oral, um relatório escrito, um vídeo, a montagem de uma home page pelo grupo, entre outras formas possíveis de se avaliar.

Existem múltiplas formas de se avaliar um projeto: desde uma avaliação qualitativa com base numa observação participativa a uma avaliação quantitativa com aplicação de instrumentos. É indiscutível a necessidade de referências que permitam não só refletir sobre a atividade passada, nos seus desenvolvimentos positivos e negativos, mas também mantê-la orientada para os objetivos e, finalmente, para que se possa alterar o projeto de forma a obter um melhor desempenho no futuro. Algumas questões: o que foi mais importante? O que foi novidade? Os objetivos estão sendo cumpridos ou foram realizados? Como foi a participação dos envolvidos nas atividades do projeto? Como foi o envolvimento dos colegas nos trabalhos realizados? O que se pode melhorar nos próximos projetos?

A avaliação do projeto será feita, também, ao longo do processo, mediante a utilização de alguns procedimentos e instrumentos, tais como: conversas; pautas de observação; produção de textos coletivos ou em duplas.

Uma das etapas fundamentais é o processo de apresentação e/ou exposição das descobertas, das criações, das experiências etc. É importante planejar junto com os alunos este momento final, muito rico de informações para todos os agentes do processo educativo, bem como realizar uma avaliação do projeto em si.

7 – Culminância/divulgação – na conclusão do projeto, os resultados devem ser compartilhados com todos os participantes. Pode ser elaborado um resumo descrevendo o projeto, o que se fez, o que se aprendeu, que mudanças ocorreram. Isso pode ser publicado, inclusive, na rede, para outros avaliarem.

É interessante que esse produto envolva mais de uma linguagem e mídia, não apenas a escrita. Livros ilustrados, painéis, cartazes, maquetes, álbuns, folhetos, seminários, exposições, campanhas, dramatizações e instalações são alguns dos produtos que podem ser divulgados, sempre considerando a autonomia dos alunos e o papel do professor como colaborador e facilitador.

A participação em projetos tem uma dimensão coletiva, envolvendo compartilhamento de idéias e valorização do processo de intercâmbio, que são divulgadas de várias formas. As formas e a sua adequação dependem do que se pretende divulgar. Por exemplo:

•comunicações em seminários e encontros de professores;

•realização de vídeos;

•promoção de encontro de alunos e professores participantes no projeto;

•publicação de boletim informativo ou de cartazes (tema, objetivos, participantes, atividades);

•publicações em jornais da série, da escola ou da comunidade (jornais, com boa divulgação, podem ser um modo de revelar talentos para a escrita, para a liderança, para a capacidade de planejamento de alunos que não aparecem em situações convencionais de sala de aula);

•criação de sites que apresentem o resultado do trabalho cotidiano de sala de aula: pesquisas, debates, poemas, folhas de exercícios, resultados de investigação, acompanhamento crítico das notícias de jornais;

•Criação de livros com produção coletiva de textos, reportagens, fotos: um almanaque que lhes permita mostrar suas múltiplas habilidades de escritores, de desenhistas, de fotógrafos, de charadistas, de contadores de casos, de repórteres, de ilustradores etc. Esses livros podem ser lançados em noite de autógrafos, quando pais e amigos visitariam as escolas para ver os produtos;

•exposições dos trabalhos de arte pela escola, com painéis comentados; inauguração com livros de observações, momentos de apresentação dos artistas e produção de jogos a partir de temas trabalhados pelo projeto.


ATIVIDADE - Exemplo

AS AVENTURAS DE MARCO PÓLO: UMA VIAGEM NA ROTA DA SEDA

Disciplina: História – Geografia – Ciências Sociais – Matemática – Turismo – Artes

Série: 7a. e 8a e Ensino Médio

Acessar informações online de e sobre países em torno do globo fascinará os alunos e estimulará a aprendizagem.

Vamos explorar as viagens de Marco Pólo, suas grandes aventuras e descobertas, e conhecer algumas passagens históricas da Idade Média. Visitaremos os lugares que Marco Pólo relata nas suas andanças.

Essas viagens virtuais são como uma excursão que facilita a exploração e a investigação do lugar escolhido. Sugere-se ao professor preparar previamente um guia de excursão, com perguntas que orientem o deslocamento virtual e a busca de informações por parte dos alunos.

Isso poderá fazê-los utilizar recursos online para suplementar o material impresso disponível que já existe em sua sala de aula ou na biblioteca.

Aprender sobre outro país e compilar um relatório sobre ele é relevante para geografia, história e outras áreas de estudos sociais, assim como para o estudo de línguas, por exemplo, utilizando informações de viagem em sites com outras línguas.

Construir um roteiro de viagem à Rota da Seda, passando pelos lugares visitados por Marco Pólo, narrados no livro Aventuras de Marco Pólo ou nas reportagens da Revista National Geographic dos meses de maio, junho e julho de 2001.

Etapas:

1. Leitura do Livro As Viagens de Marco Pólo, de Carlos Heitor Cony e Lenira Alcure.

2. Assistir ao filme: As Aventuras de Marco Pólo (1938)


3.Visita a sites que relatam a vida de Marco Pólo. Construa uma história de vida de Marco Pólo.


4.Visita às reportagens da Revista National Geographic que trazem as Viagens de Marco Pólo - www.uol.com.br/nationalgeographic. Procure na seção arquivo nos números de maio, junho e julho de 2001.

5.Leia o texto de Jean Pierre Drége - Marco Pólo e a Rota da Seda, nos sites:


Rota da Seda


6.Organizar um roteiro turístico para visitar os lugares descritos nas viagens de Marco Pólo. Consulte os sites sobre esses lugares.

www.webhead.com/wwwl/india/ links para o governo da Índia.

www.astaspice.org/ - biblioteca de referência sobre especiarias, receitas e história do comércio dessas mercadorias.

www.itwg.com/home.asp

http://sun.sino.uni-heidelberg.de/igcs/ links para mais de 1.500 sites jornalísticos e acadêmicos.

O índice de conteúdo permite fácil acesso a links sobre artes, história, religião, economia, política, educação e outras áreas de interesse.

www.cnta.com/ tour pela China

www.chinapage.com/china.html história da China

www.bellereti.com/jzimm/Venice/venice.html Roteiros temáticos por Veneza.

www.afghan-web.com/ Afeganistão: cultura, história, política, geografia

http://userwww.service.emory.edu/~sebrahi/PersiaNet.html - cultura e história do Irã (antiga Pérsia).

7. Selecionar sites na Internet para organizar uma viagem aos lugares escolhidos por cada dupla/grupo. Os parâmetros que iremos adotar para essas viagens virtuais serão: duração; orçamento; transporte; pontos de interesse; mapas.

8. Pesquise e elabore um atlas com mapas retirados da Internet, indicando os lugares atuais visitados por Marco Pólo nas suas viagens. Descrever o espaço terrestre, considerando seus aspectos geográficos. Sites recomendados sobre esses lugares:

www.roadmaps.org

www.streetmap.com

www.mapquest.com

www.nationalatlas.gov

geomundi.cjb.net


9.Trace um roteiro indicando os países que você gostaria de visitar. Identifique, a partir de navegação nos sites geográficos, os principais pontos turísticos, os nomes de suas principais cidades e capitais, as bandeiras, os tipos de governos, as religiões, os idiomas, as comidas típicas e descubra muitas outras coisas interessantes.

www.360graus.com.br

www.webventure.com.br/expedition

www.cnn.com/travel

www.schurmann.com.br

www.fodors.com

www.guianet.com.br/guiatur

www.horizontegeografico.com.br

www.lonelyplanet.com

www.planetware.com

www.viajenaviagem.com.br

www.proximaviagem.com

www.timeout.com

www.viagem-e-turismo.com.br

www.viajenaviagens.com.br

www.viamichelin.com

www.hands.com.br

10. Localize sites sobre previsão do tempo e trabalhe essa previsão para a semana nos lugares visitados.

www.cpc.ncep.noaa.gov

www.cnn.com/WEATHER/

www.weather.com/twc/hpomepage.twc

www.weather.com/brasil


Atividade:

Escolha uma das seguintes mídias impressas e construa, em até duas páginas, uma atividade didática a ser trabalhada no projeto proposto no Módulo Introdutório do Curso Mídias na Educação.

1. Enciclopédias

2. Jornais

3. Propaganda

4. Histórias em Quadrinhos

5. Cordel

6. Revistas impressas e online

7. Mapas

Faça a releitura dos conceitos e reflexões abordados nas etapas 1 e 2 para subsidiar seu trabalho. Prepare um documento com a atividade proposta: tema, mídia impressa que será utilizada, atores e papéis que deverão desempenhar, momentos que serão desenvolvidos na atividade.

Roteiro para orientar seu trabalho:

•Tema da proposta

•Objetivos

•Público a ser envolvido (uma turma, professores, coordenadores, a escola, a comunidade)

•Mídias a serem utilizadas (detalhar o uso)

•Atores e papéis que deverão desempenhar

•Dinâmica da atividade

•Período de realização

•Critérios de avaliação da atividade

•Referências do material pesquisado

[Fonte: FURG/UAB]

2/12/2010

Uma Proposta de Tipologia de Projetos Educacionais



Extraído do livro “Trabalhando com Projetos - Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais”
Moura, D. G e Barbosa, E. F. , Ed. Vozes - 2006 - Cap. 1.

Uma das dificuldades de compreensão sobre o desenvolvimento de projetos tem origem em uma confusão existente entre os vários tipos de projetos que podem ocorrer na área educacional.

Na literatura especializada encontramos muitas formas de classificação de projetos. Entretanto, uma questão que nem sempre fica esclarecida diz respeito ao uso dos termos projeto e pesquisa. Consideramos que são básicas questões como: o que são, exatamente, um projeto e uma pesquisa? Como se distinguem ou se relacionam? Todo projeto é uma pesquisa? Ou toda pesquisa é um projeto? Que importância pode ter o esclarecimento dessas questões? Um conjunto de definições, como o proposto a seguir, pode contribuir para esclarecer e organizar conceitos relativos à atividade de planejamento e desenvolvimento de projetos nas várias áreas do conhecimento e, especialmente, na área educacional. Conforme definimos anteriormente, um projeto pode ser visto como um empreendimento que tem em vista produzir algo novo. A pesquisa, por sua vez, tem como finalidade a produção de um conhecimento, sendo essa a meta de setores acadêmicos, sociais e governamentais destinados à promoção da pesquisa. A partir dessas premissas, podemos concluir que “toda pesquisa é um projeto, pois produz algo novo: neste caso, um conhecimento; entretanto, nem todo projeto pode ser considerado, necessariamente, como uma pesquisa, pois algo novo pode ser produzido sem que seja necessariamente um conhecimento, tido como alvo do projeto. Portanto, dentre os vários tipos de projetos que possamos enumerar, num processo de classificação, deverá haver lugar para o projeto de pesquisa.

Tipologia de Projetos
A classificação geral que apresentamos a seguir contempla, de forma ampla, os vários tipos de projetos que ocorrem na área educacional.

Projetos de Intervenção
São projetos desenvolvidos no âmbito de um sistema educacional ou de uma organização, com vistas a promover uma intervenção, propriamente dita, no contexto em foco, através da introdução de modificações na estrutura (organização) e/ou na dinâmica (operação) do sistema ou organização, afetando positivamente seu desempenho em função de problemas que resolve ou de necessidades que atende (este tipo de projeto ocorre também em outras instituições e contextos, tais como: setor produtivo, comercial, etc.).

Projetos de Pesquisa
São projetos que têm por objetivo a obtenção de conhecimentos sobre determinado problema, questão ou assunto, com garantia de verificação experimental (existem diversos tipos de projetos de pesquisas, próprios dos setores acadêmicos e de instituições de pesquisa, que podem ser estudados à parte através de uma literatura rica e abrangente);

Projetos de Desenvolvimento (ou de Produto)
São projetos que ocorrem no âmbito de um sistema ou organização com a finalidade de produção ou implantação de novas atividades, serviços ou “produtos”. Exemplos de projetos deste tipo são: desenvolvimento de novos materiais didáticos; desenvolvimento de nova organização curricular; desenvolvimento de um novo curso; desenvolvimento de softwares educacionais, etc (este tipo de projeto é muito comum também em outras organizações e contextos como o setor produtivo, comercial, serviços, etc.);

Projetos de Ensino
São projetos elaborados dentro de uma (ou mais) disciplina(s), dirigidos à melhoria do processo ensino-aprendizagem e dos elementos de conteúdos relativos a essa disciplina (este tipo de projeto é próprio da área educacional e refere-se ao exercício das funções do professor; aspectos sobre Projetos de Ensino são discutidos no Capítulo 8).

Projetos de Trabalho
São projetos desenvolvidos por alunos em uma (ou mais) disciplina(s), no contexto escolar, sob orientação de professor, e têm por objetivo a aprendizagem de conceitos e desenvolvimento de competências e habilidades específicas. Esses projetos são conduzidos de acordo com uma metodologia denominada Metodologia de Projetos, ou Pedagogia de Projetos. A principal diferença entre esses dois últimos tipos é que, enquanto os projetos de ensino são executados pelo professor, os projetos de trabalho são executados pelos alunos sob orientação do professor visando a aquisição de determinados conhecimentos, habilidades e valores.

A idéia de trabalhar com projetos como recurso pedagógico na construção de conhecimentos remonta ao final do século XIX a partir de idéias enunciadas por John Dewey em 1897. Os “projetos de trabalho” merecem um tratamento à parte, em função de suas finalidades essencialmente educativas. Neste livro abordamos o ensino e aprendizagem por meio de projetos no Capítulo 8.

Tipologia de Projetos Educacionais
Podemos observar que os cinco tipos de projetos assinalados não são excludentes, significando que podem existir situações em que os mesmos ocorrem de forma articulada ou integrada. Assim, um projeto de desenvolvimento (ou produto) pode incluir alguma atividade de pesquisa, da mesma forma que um projeto de pesquisa pode incluir atividades que representam algum tipo de intervenção no sistema. Ou seja, um determinado tipo de projeto pode abranger atividades que seriam as atividades básicas de um outro tipo de projeto. Para efeito da classificação proposta, a atividade predominante é a que contribui para classificar o tipo de projeto. A classificação que apresentamos é geral e pode, se necessário, ser desdobrada para incluir ou explicitar aspectos mais específicos da área educacional, criando-se sub-categorias.

6/10/2009

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO SOBRE PROJETOS

A seguir apresentamos algumas questões relacionadas com o planejamento e gestão de projetos com foco na área educacional. O objetivo é promover debates, suscitando reflexões sobre conceitos e práticas relativas ao trabalho com projeto. As questões são abertas e não têm respostas fechadas ou únicas e podem depender de diversos fatores, como: contexto, nível de complexidade, porte do projeto, qualificação das equipes, etc.

  1. Algumas equipes envolvidas em projetos consideram que não é necessário a declaração de um objetivo geral e do(s) objetivo(s) específico(s) em separado, podendo-se elaborar apenas o “objetivo do projeto”. Que vantagens e desvantagens você vê em declarar separadamente os dois tipos de objetivos para um projeto?
  2. A visão sobre os conceitos de “produtos” e “resultados” de um projeto nem sempre é um consenso, mesmo entre especialistas. Temos considerado que a realização dos serviços e produtos previstos em um projeto não é uma garantia de que os resultados esperados tenham sido alcançados. Qual a sua visão sobre essa questão?
  3. Suponha que você tenha que decidir entre as duas situações seguintes:

3.1 Ser o gerente de um projeto que tem um excelente Plano de Projeto (claro, completo, estruturado, etc.) e uma equipe de execução muito fraca (inexperiente, pouco capacitada, sem motivação, etc.) OU

3.2 Ser o gerente de um projeto que tem um Plano de Projeto muito fraco (obscuro, incompleto, sem estrutura, etc.) e uma excelente equipe de execução (experiente, capacitada, motivada, etc.)

Qual das duas situações você escolheria? Que critérios você utilizaria para fazer essa escolha?

  1. Em geral, na análise de riscos em projetos, considera-se, essencialmente, apenas fatores relacionados com a execução do projeto (recursos não liberados, equipes em conflito, atrasos nas execuções de tarefas, imprevistos, etc.). Entretanto, há outros dois fatores que podem comprometer o projeto com tanta gravidade, ou mais, do que o fator execução. São eles: concepção e planejamento. Como você entende a influência desses dois últimos fatores? Que cuidados você considera importantes para reduzir a influência desses fatores?
  2. O livro “Trabalhando com Projetos”, apresenta uma classificação de projetos em 5 tipos: Projetos de Desenvolvimento (ou Produto), Pesquisa, Intervenção, Ensino e Trabalho (ou Aprendizagem). Você considera que essa tipologia de projetos abrange todos os tipos de projetos na área educacional? Que vantagens ou desvantagens você vê nessa classificação?

MOURA, D. G. e BARBOSA, E.F. - Trabalhando com Projetos: Planejamento e Gestão de Projetos Educacionais, Ed. Vozes, Petrópolis - RJ, 2006 – Capítulo 6.

Liderança e Gerência de Projetos